sábado, 24 de abril de 2010

sobre a vivência

Ando vendo Deus em tudo,
Em todas as plantas, em todos os animais
Em cada célula do ser humano
Mas se Deus é tudo isso, então por que não chamamos-o de plantas, células e animais?
Não há motivo, porque tá dentro e não fora de cada um, de cada coisa
Eu acredito que isso a gente só sente, naquele momento chamado paz
E dizem que só quando se está em paz que alcança o equilibrio
Eu queria estar em paz o tempo todo,
Queria que houvesse paz o tempo todo
Mas não essa paz mirabolante, que a gente só consegue com muita meditação
Mas uma paz mais fácil de se conseguir
Como a gargalhada de uma criança, uma aventura com os amigos
Ou uma tarde descobrindo o desenho que as nuvens têm
Isso é que deveriam ensinar na escola.. As formas da natureza, ou AULAS de como viver
Ou de como sobreviver, no caso.

partícula

Não me tenho, bem no verbo da palavra, de ter mesmo.
Outros me tinham, alguns me têm,
Mas eu não me tenho
E não me refiro à parte carnal da coisa
Me refiro ao meu pensamento, a meus actos.
Eles não são meus, são dos e para os (outros)
Queria poder desfrutar, a leve sensação
De um tempo só meu,
Sem ter hora e nem obrigações a fazer
De um vento soprando só em minha pele
Sem lenço, sem bottom, sem preço e nem apreço
Mas enquanto não me tento, me atento
E me atento a tudo que me cerca
A todas as cores, a todos os cheiros
E a todos os pensamentos
Faço de todos parte de mim, e eu pequena parte desse todo,
que é chamado mundo
Não me tenho.

Astrologia

O touro morto recebe aplausos por sua bravura, seu rabo desfila pela arena na mão do matador.
Enquanto chapéus caem quase redondos perto do corpo ensanguentado e ainda quente.
O touro que ali está é o mesmo do meu signo, que trai por amor em Hemingway.
Os astros que me perdoem, mas traio-me por amor.

F.Y