sábado, 24 de abril de 2010

partícula

Não me tenho, bem no verbo da palavra, de ter mesmo.
Outros me tinham, alguns me têm,
Mas eu não me tenho
E não me refiro à parte carnal da coisa
Me refiro ao meu pensamento, a meus actos.
Eles não são meus, são dos e para os (outros)
Queria poder desfrutar, a leve sensação
De um tempo só meu,
Sem ter hora e nem obrigações a fazer
De um vento soprando só em minha pele
Sem lenço, sem bottom, sem preço e nem apreço
Mas enquanto não me tento, me atento
E me atento a tudo que me cerca
A todas as cores, a todos os cheiros
E a todos os pensamentos
Faço de todos parte de mim, e eu pequena parte desse todo,
que é chamado mundo
Não me tenho.

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